segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nada é impossível --- Dilma é com você que elas contam

  Mostra de cultura ciência e tecnologia (MCCT) do dia 10/11/2011


  No dia 10/11/2011, foi apresentado o projeto mulheres no poder que vinha sendo desenvolvido ao longo do ano letivo, como proposta de consciêntizar a população de Brazlândia sobre a importância da mulher no mercado de trabalho e em sua vida cotidiana, o tema foi proposto pelos 18 alunos e avaliado pelo estabelecimento de ensino onde foi aprovado sua apresentação na (MCCT), levando em conta o principio da sociedade sustentavel onde todo o material utilizado na confecção da sala ambiente foi destinado a coleta seletiva de todo quarta-feira (semana).

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Por Katerine Costa Bambeko e grupo mulheres no poder
Este artigo trata da história das mulheres no mercado de trabalho e as vantagens de ter uma presidenta governando o nosso país.

"Meu compromisso é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos"
 (Dilma Rousseff)

Ta aí uma frase que lembra nossa presidenta e que mostra suas intenções no governo. é de muita importância a entrda de Dilma na presidência do Brasil, pois, imaginem só as oportunidades que as mulheres vão ter agora, principalmente no que se trata sobre a mulher no mercado de trabalho.
No dia 10 denovembro de 2011 foi o que o grupo mulheres no poder abordou em sua apresentação da Mostra de Ciência, Cultura e Tecnologia  realizada no colégio Centro de Ensino Médio 01 de Brazlândia , hoje a mulher segundo a revista Época as mulheres representam 41 % da força de trabalho no Brasil e no Estados Unidos esse numero cresce para mais da metade. É  uma quantidade bastante relevante e ainda segundo a revista esse numero cresce no que se diz a respeito de cargos que exijam nível superior.
É realmente as mulheres estão conseguindo seu espaço na sociedade, mas em muitos âmbitos empresariais a igualdde entre os salários ainda não existe segundo um estudo feito pelo (BNDS) rela que os salários das mulheres só se igualarão ao dos homens em 2081. É bastante complicado pois nos últimos anos os homens teriam que congelar o seus salários e fazer uma melhoria nos salários da mulheres, mas é claro que os homens não aceitariam congelar os seus salários para favorecer a mulher no mercado de trabalho.
Enfim nada é impossível de acontecer o tempo que pode levar para os salários delas se igualarem aos dos homens, pode ser maior ou menor requer muita dedicação por parte das mulheres e de reconhecerem elas ainda mais dentro do mercado de trabalho.
É  aí que entra nossa presidenta favorecer as mulheres,protegêlas do preconceito e da violência e sim governar para todos e principalmente para as mulheres que vem sofrendo com uma sociedade totalmente marxista.
Algumas pesquisas  feitas pelo grupo mostrou as principais características profissionais que diferenciam os homens das mulheres e elas são :
- As mulheres são mais persistentes numa negociação
- Sabem trabalhar em equipe ;
- Fazem planejamento a longo prazo
- Preocupa-se  com  detalhes

Com todas essas qualidades com certeza as mulheres tem uma grande probabilidade de alcançar os homens no salário e até melhor conseguir passar na frente deles.

Mulheres força e não desistam, a caminhada pode ser longa mas não é inalcançável.

Corrida MC Donald’s 5 km

Dia 29/10/2011, foi a corrida beneficente do MC Donald’s de 5 km só para mulheres!

A corrida de rua feminina McDonald’s 5 Km – Mulheres em Movimento irá reunir milhares de pessoas de maneira simultânea em várias cidades da América Latina. Com expectativa de reunir 40 mil mulheres e seus familiares, o evento será realizado em 15 cidades diferentes da região.

As cidades de Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Cidade do México, Cidade do Panamá, Guaiaquil (Equador), Le Diamant (Martinica), Lima (Peru), Montevidéu (Uruguai), Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil), San José (Costa Rica), San Juan (Porto Rico) e Santiago (Chile) irão receber o evento no dia 30 de outubro. Já nas cidades de Assunção (Paraguai) e em Medellin (Colômbia), a corrida será realizada no dia 23 de outubro. Todas as participantes receberão gratuitamente uma camiseta do evento.

A prova é destinada a todas as mulheres e tem como objetivo incentivar a prática esportiva. “Há muitos anos, o McDonald’s apoia o esporte e participa de iniciativas que promovem um estilo de vida saudável. A idéia de realizar um evento deste porte, reunindo milhares de mulheres em 15 cidades da América Latina, é incentivar a prática esportiva para toda a família”, comenta Flávia Vigio, vice-presidente de Comunicação da Arcos Dorados, empresa que opera o McDonald’s em 19 países e territórios da América Latina.

Marcha das Margaridas

O que motiva uma caminhada de milhares de mulheres camponesas vindas dos mais diversos lugares do Brasil? Justiça, sustentabilidade, cidadania, respeito aos direitos mais básicos. a marcha ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto, a Marcha das Margaridas - evento que tinha o  intuito de cobrar políticas públicas mais efetivas para o campo.
Realizada de quatro em quatro anos, trata-se do maior movimento de trabalhadoras rurais organizadas da América Latina. Este ano, a Marcha teve como lema "Desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”. Foi com base nesse lema que as organizações que compõem a Marcha elaboraram uma pauta extensa que foi entregue à Presidência da República.
Temas como Biodiversidade, democratização dos recursos naturais, terra, água, agroecologia, soberania e segurança alimentar e nutricional, saúde pública, direitos reprodutivos, serão alguns dos eixos centrais que as mulheres reivindicarão nos dias do evento.
Os eixos têm fortalecido a Marcha desde quando foi realizada pela primeira vez no ano 2000, depois 2003 e 2007, e desde então, têm pautado questões estruturais e conjunturais específicas das trabalhadoras do campo e da floresta. As principais conquistas das mulheres, ao longo das caminhadas, têm sido em torno da manutenção da aposentadoria das mulheres aos 55 anos, da representação na comissão tripartite de igualdade de oportunidades do Ministério do Trabalho, da reestruturação do grupo terra responsável pela construção da política de saúde para a população do campo, dentre outras.
A caminhada tem esse nome para fazer justa homenagem a líder sindical Margarida Alves. Símbolo da luta das mulheres pela terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade ela foi barbaramente assassinada em Alagoa Grande, Paraíba, região Nordeste do país, com um tiro no rosto no dia 12 de agosto de 1983.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mulheres no poder e na mídia


 Artigo analisa a desastrosa cobertura do Dia Internacional da Mulher feita pela grande mídia, refletindo um momento de auge dos valores que mercantilizam a mulher, historicamente, via publicidade, e agora nos jornais, na dramaturgia e na internet. Por Terezinha Vicente




Por Terezinha Vicente

Manhã de quarta-feira de cinzas, estou com o aparelho de televisão ligado na TV Senado, onde há a reprise da Sessão do Congresso para comemorar o Dia Internacional da Mulher, realizada na semana passada. Ouvi uma seqüencia de falas de mulheres com poder político – deputadas, senadoras -, colocando as principais questões da pauta feminista hoje, em destaque a reforma política. Ouvi, porque estou ao mesmo tempo lavando roupa e olhando minhas caixas e redes na internet. Até porque os discursos são muito parecidos e cheios de homenageadas e nomes. Na solenidade haviam sido premiadas as cinco vencedoras do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, concedido às mulheres que tenham prestado relevantes serviços na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero: Carmem Foro, Liége Rocha, Chloris Casagrande, Maria José Silva e Maria Ruth Barreto.


Além de tudo, fruto desta “democracia representativa” em que vivemos, é preciso dar a fala a mulheres de todos os partidos, da Câmara e do Senado, e haja paciência! Apenas algumas defendem com propriedade a reforma política, colocando a questão da lista intercalada por gênero, da necessária e urgente formação das mulheres nos partidos e principalmente da mudança cultural necessária nas organizações políticas, das associações, sindicatos, até as partidárias. Falaram também da Lei Maria da Penha, conquista que o patriarcado vigente nunca engoliu e, por meio dos poderes, executivos ou judiciários, tenta derrubar cotidianamente. Falaram da falta de creches, e da promessa da presidenta Dilma, questão primordial para a autonomia das mulheres. Poucas falaram na questão do aborto, as de sempre.

Comecei a ver depois da abertura solene e da entrega dos prêmios, já quando falava uma representante estudantil, da UnB, que me chamou a atenção com seu discurso. Como jovem inserida em seu tempo, ela falou da violência contra a mulher, a começar pelo controle do seu corpo e na obrigação de ser mãe, da violência gerada pela clandestinidade do aborto, falou da falta de espaço político, dos baixos índices femininos no Congresso. Ou seja, a luta continua.

Destacou que só apenas há 70 anos conquistamos o direito de votar e sermos votadas, e comemorou a eleição de uma mulher para presidenta da República. Ainda que as mulheres sejam maioria, com destaque nas universidades. Mas ela falou também de coisas impensáveis no meu tempo de estudante, como um trote que obrigou as calouras a lamber uma lingüiça lambuzada de leite condensado, pendurada numa via pública. Eu diria que estão no auge os valores que mercantilizam a mulher, historicamente via publicidade, mas agora nos jornais, na dramaturgia, na internet. E vale tudo para ser celebridade, a realização de uma individualidade de sucesso.

Onde estão as telespectadoras/leitoras?

Se é verdade o que disse uma das deputadas – que a sessão esteve cheia de autoridades no seu início -, quando comecei a ver, o plenário já estava bem vazio, e nas cadeiras ocupadas estavam mulheres. Marta Suplicy dirigia a sessão então, ladeada pela Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, a mais criticada de todo o ministério Dilma. Como fiquei vendo até o fim, pude ver o encerramento, depois de ouvir mulheres de alguns partidos que nem me lembro que existem. Janete Pietá, que dirigia então a sessão, chamou as ainda presentes para uma foto final ao redor da mesa. Agressão à nossa diversidade. Benedita da Silva foi a única representante negra a juntar-se à Janete Pietá, entre uma maioria de loiras (originais ou não). Representação real da imagem da mulher vitoriosa que a mídia alimenta. E apropriada para isso, para aparecer bem na mídia.

Tal qual o plenário esvaziado, imagino quão poucos telespectadores assistem a TV Senado! Uma televisão estatal, sustentada por nós, deveria ter muito mais audiência, mas dificilmente se escuta alguém comentar sua programação ou conteúdos. É o caso de se analisar porque isso acontece, e fazer alguma coisa. Acredito que muitas mulheres estavam naquele período, numa quarta-feira de cinzas, como eu, trabalhando em casa com a tv ligada, mas sintonizada em que canais? Lendo que jornais?

Tive o cuidado de prestar atenção, como faço em todos os dias internacionais da mulher, ao tipo de matérias que os grandes meios a que tenho acesso publicaram a respeito. É politicamente correto lembrar o Dia Internacional da Mulher, então a maioria da mídia aborda o tema, ainda que superficial ou repetitivamente.

A Folha de São Paulo desenvolveu pauta a respeito em algumas editorias. No Tendências/Debates, artigo sobre a origem do 8 de março. No caderno de Economia/Finanças, uma matéria para estimular os “negócios próprios” entre as mulheres: “Mulher empreendedora inova e retém mais talentos. Sob o comando feminino, empresas crescem de forma mais estruturada”. O incrível foi encontrar um artigo sobre a própria mídia – “Mulheres são excluídas da direção de veículos de imprensa, diz RSF” – e baseado em documento da “Repórteres sem Fronteiras”. O alerta sobre a posição ocupada pela mulher nos veículos de imprensa celebra o Dia Internacional da Mulher. Segundo a entidade, os cargos editoriais e de direção em empresas jornalísticas continuam sendo território quase exclusivo dos homens.

Homens são “hards”? Mulheres, “softs”?

Mas é no Cotidiano, que vamos encontrar a principal matéria sobre o nosso dia. Entrevista com Rose Marie Muraro, por Eleonora de Lucena. “Quero ‘empoderar’ as mulheres de baixa renda”, destaca o título. “Pioneira do feminismo no Brasil diz que falta conquistar igualdade de salário entre homens e mulheres; para ela, movimento hoje é mais silencioso, mas mais profundo”. A Folha a chama de “patrona do feminismo brasileiro”, como se existe apenas um feminismo brasileiro.

Aos 80 anos de idade, e uma militância permanente, Rose afirma coisas em que acredita. E embora nem tudo possa ser consenso, ela defende o movimento de mulheres e o feminismo, quando a Folha insiste em dizer que o feminismo está hoje enfraquecido. A entrevista também discute se a diferença entre homem e mulher é questão de gênero ou cultural, ao que a feminista responde ser “uma questão biológica. A mulher é obrigada a proteger a vida. O homem é obrigado a buscar comida. Daí as guerras, a corrupção.”

Conheço muitos homens “soft” e mulheres “hard”, ao contrário do que diz Rose Marie Muraro, definindo (e generalizando, o que é sempre irreal) que homens são “hard” e mulheres são “soft”. Este trecho também é questionado hoje, no mesmo jornal, por Fernando de Barros e Silva, no artigo “Pós-feminismo”, que levanta, por sua vez, diversas discussões para as feministas. Debates que deveriam render matérias por todo o ano, e há acontecimentos na realidade para isso.

O Estadão mostrou preocupação com o Governo Dilma: “Bolsa Família vira elo com eleitorado feminino”, foi uma das manchetes. “Uma semana após anunciar um reajuste médio de 19,4% para o Bolsa Família, a presidente Dilma Rousseff buscou, em seu programa semanal de rádio Café com a Presidenta, aproximar-se do eleitorado feminino, afirmando que o aumento nos benefícios abriu as comemorações do Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira, 8”. Em outro artigo, o jornal comentou a mensagem oficial da presidenta Dilma Rousseff pelo dia. E foi um dos poucos a lembrar o centenário de Maria Bonita, a rainha do Cangaço. Já a TV Estadão, ofereceu como matéria para celebrar o dia: “Carreira não atrapalha a vida pessoal”, uma entrevista com as empresárias Chieko Aoki, do Blue Tree Hotels, e Regina Nunes, da Standard & Poor"s. Na televisão, as coisas sempre podem ser piores.

Na televisão aberta é pior

Hoje é dia 9 de março, e o Jornal Hoje – vespertino da principal emissora de televisão, dirigido as mulheres em muitas pautas – nada deu sobre as manifestações do 8 de março, que ocorreram em várias capitais do Brasil, junto com a terça de carnaval. E ontem, em pleno Dia Internacional da Mulher, os jornais da Globo deram como matérias as mesmas dadas em vários outros jornais, do mundo.

“Daniel Craig, ator que fez o agente 007, aparece numa campanha vestido de mulher, pela igualdade de direitos entre os sexos”, foi a noticia mais reproduzida, incluindo a internet. A segunda mais repetida é a lista publicada pelo jornal britânico The Guardian (e difundida aqui pela Agência Brasil), das cem mulheres mais inspiradoras da atualidade, entre as quais a presidenta Dilma Rousseff. A gente percebe, numa rápida busca, o trabalho das agências, sobretudo as internacionais.

Notícias nacionais, só as referências feitas eventualmente por celebridades em meio aos blocos e passarelas do carnaval, esse sim o assunto destes dias. Na Record, além da repetição das agências, “as mulheres começam a se destacar nos canteiros de obra, um mercado de trabalho quase exclusivamente masculino”, foi a reportagem especial.

E foi no SBT que vivemos a experiência mais de perto, porque fomos entrevistadas, e pudemos ver como é feito o “showrnalismo” eletrônico, a notícia como espetáculo, como dizia José Arbex. Sabe aquela matéria construída na redação, com uma tese que o repórter sai para provar? O tema escolhido pela empresa de Silvio Santos foi o centenário de Maria Bonita, a opinião das feministas foi um complemento da matéria. Embora eles tenham gravado uns dez minutos de entrevista, e utilizado nem 30 segundos.

O repórter queria comprovar a tese de que Maria Bonita só ficou famosa por causa de Lampião, com a fala de uma feminista. E nós tentando mostrar o lado guerreiro da mulher, o ousado e revolucionário nas ações da líder cangaceira. Falamos da sua coragem em separar-se do primeiro marido e acompanhar Lampião, por quem se apaixonou, aos 18 anos. Ele perguntou sobre as “Marias Bonitas” de hoje, e nós falamos das “chefes” de familia, das empreendedoras solidárias, de todas aquelas que estavam no Bloco Feminista Adeus, Amélia, que aquela hora já aglutinava dezenas de mulheres, e teria assunto para várias matérias.

Mas o movimento de mulheres, desta vez com a alegria de um bloco, serviu apenas para ilustrar a reportagem; o principal foram imagens antigas do grupo de Lampião e as informações de Antonio Correia, estudioso do cangaço. E há informações erradas no texto do SBT. Maria Bonita nasceu no dia 8 de março de 1911 (e não 1922). E ela não “foi a única mulher a viver no meio dos cangaceiros”, ela foi a primeira, abrindo espaço para outras mulheres.

O Bloco Adeus, Amélia, ele mesmo notícia, apareceu apenas rapidamente na internet. No site do Jornal do Brasil, com um texto e algumas entrevistas. E com apenas cinco fotos, a cobertura apareceu no portal G1. Mas, buscando pela internet publicações sobre mais um 8 de março, a gente também encontra surpresas, além das repetições.

Assim, no jornal “Diário do Aço”, de Minas Gerais, encontrei artigo da jornalista Andréia Mendes, intitulado “Dia Internacional da Mulher”, com uma boa análise conjuntural. Destaco um trecho: “Embora as mulheres se desdobrem em vivências cada vez mais múltiplas, como estudantes, profissionais, esposas, mães e donas de casa, a mídia persiste na exploração de uma imagem feminina absurda e simploriamente sexualizada”.

* Texto publicado originalmente na Ciranda Brasil

Fonte: http://www.ciranda.net

"Nossa meta é não ter famílias e crianças em situação de extrema pobreza em dezembro de 2014"

Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro desta quinta-feira (22), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, explica as novas medidas de aprimoramento do programa Bolsa Família, como a ampliação do número de filhos atendidos, que passou para cinco crianças e dois adolescentes. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.

Crianças são maioria

Das 16 milhões de pessoas extremamente pobres, 40% são menores de 14 anos. Crianças e adolescentes não podem trabalhar, devem estar em escola e precisam ser protegidos. Essa ampliação da cobertura do Bolsa Família, atingindo cinco filhos, terá um benefício imediato exatamente porque está atingindo crianças. O fortalecimento das crianças é importante, não só porque são a maioria, mas porque, nessa fase de crescimento, até dez anos, se não tiverem uma alimentação saudável, serão prejudicadas para o resto da vida. O repasse para mais 1,2 milhão de crianças acontece desde a última segunda-feira (com a alteração do limite do número de crianças por família de três para cinco).

Natalidade

Não conheço nenhum cientista que acredite que a ampliação de um benefício de R$ 32 por filho vá ampliar a natalidade. Ao contrário, há oito anos, o Bolsa Família tem repassado recursos com a parcela variável atingindo crianças. Logo que a gente lançou o programa, as pessoas falavam isso. E o que tivemos, ao longo desses oito anos, foi a redução da taxa de natalidade, inclusive na população pobre e extremamente pobre.
Saída do Bolsa Família
Ao longo desses oito anos, 5 milhões de famílias saíram do Bolsa Família por diversos motivos. Algumas poucas porque não mantinham as crianças na escola ou não faziam o acompanhamento em saúde. Algumas saíram porque mudaram de município. A maioria foi automaticamente desligada porque não atualizou o cadastro após dois anos ou não precisavam mais do benefício.

Nova regra

Agora, as famílias que se desligarem voluntariamente, poderão ter o benefício suspenso e retornar, caso necessitem por algum motivo, como, por exemplo, o familiar que trabalhava e perdeu o emprego. A qualquer momento, por 36 meses, podem pedir para voltar a receber o Bolsa Família de forma praticamente automática. Evitando que volte para o final da fila e tenha que fazer todo o processo de rever as suas informações.
Trabalho
Dos adultos que recebem o Bolsa Família, 72% trabalham e recebem muito mal. Alguns não trabalham porque não estão qualificados. No Brasil atual emprego é o que não falta.

Perfil

As pessoas acham que a população extremamente pobre está embaixo dos viadutos. Isso não é verdade. A maioria tem casa, mora em favela, tem seu pequeno negócio. São famílias organizadas, muitas trabalham com o trabalho formal, têm carteira assinada, mas têm uma família numerosa e acabam ganhando menos de R$ 70 per capita.

Brasil Sem Miséria

Nossa meta é não ter famílias e crianças em situação de extrema pobreza em dezembro de 2014. Isso não quer dizer que essas famílias vão sair do Bolsa Família. Tem gente que está recebendo e continua em extrema pobreza, porque o valor é pequeno, não substitui a renda do trabalho. Nosso grande objetivo é garantir que essas famílias recebam qualificação.

Busca ativa

A mão do Estado tem que ir buscar as famílias tão pobres, tão sem informações, que nem sabem que têm direito ao Bolsa Família. Uma das nossas metas do Brasil Sem Miséria é encontrar essas 800 mil famílias até dezembro de 2013. Já conseguimos localizar 180 mil, que já passaram a receber em setembro.

Trabalho infantil

O Bolsa Família tem sido um elemento importante para a redução do trabalho infantil, na medida em que as crianças são obrigadas a estar em sala de aula por pelo menos um dos períodos. É óbvio que isso não é suficiente. O Brasil é exemplo de redução do trabalho infantil. Temos toda uma outra ação, conhecida como PETI, que paga às crianças encontradas em situação de trabalho infantil (para ficar o segundo turno na escola). E tem uma medida nova, no Brasil Sem Miséria, que é a ampliação da escola em turno integral, exatamente nas regiões onde a gente tem maior incidência de pobreza, de violência e de trabalho infantil.

Fraudes

O Bolsa Família, hoje, tem cruzamento com tudo quanto é cadastro, com a Rais, com o Ministério do Trabalho, com o Ministério da Previdência Social, com o Renavan, com a parte de patrimônios. É muito difícil fraudar o Bolsa Família. O cadastro é transparente. Logo que começou, algumas pessoas achavam que podiam se aproveitar e começaram a se cadastrar, mas acabaram denunciadas por vizinhos. Quando são descobertas, não só são responsabilizadas como tem que devolver o valor de todo o período. E isso tem inibido bastante.
O programa é transmitido ao vivo pela TV NBR e pode ser acompanhado na página da Secretaria de Imprensa da Presidência da República (www.imprensa.planalto.gov.br).

Fonte: http://www.mulheresnopoder.com.br

domingo, 3 de julho de 2011

História - Mercado de Trabalho

De acordo com o Artigo 113, inciso 1 da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei”. Mas será que a realidade é essa mesma? Desde o século XVII, quando o movimento  feminista começou a adquirir características de ação política, as mulheres vem tentando realmente colocar em prática essa lei.
Isso começou de fato com as I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945, respectivamente), quando os homens iam para as frentes de batalha e as mulheres passavam a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho. 

Mas a guerra acabou. E com ela a vida de muitos homens que lutaram pelo país. Alguns dos que sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho. Foi nesse momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos. 

No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmera mudanças ocorreram na produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento da maquinaria, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as fábricas.Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”. 

Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo. Jornadas entre 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns. A justificativa desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a mulher.Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um salário equivalente ou superior ao do homem.

A Participação da Mulher no Mercado de Trabalho


Pesquisas recentes comprovam um fenômeno que não obedece fronteiras. Cresce exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas empresas. Curiosamente, essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se houvesse um silencioso e pacífico levante de senhoras  e senhoritas no sentido da inclusão qualificada no mundo do trabalho. Segundo alguns analistas, esse processo tem origem na falência dos modelos masculinos de processo civilizatório. Talvez seja verdade. Os homens, tidos como superiores, promovem guerras, realizam atentados, provocam tumultos nos estádios, destroem o meio ambiente e experimentam a aflição inconfessa de viver num mundo  em que a fibra ótica substituiu o cipó. Quando já não se necessita tanto de vigor físico para a caça, vale mais o conhecimento que permite salgar ou defumar a carne, de modo a preservá-la por mais tempo. Enfim, caso Tarzan não se recicle, os filmes do futuro serão estrelados somente por Jane. No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos de gerência. 

O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%, em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o correspondente a 71% do salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas. No topo, elas quase alcançam os homens. Os estudos mostram  que no universo do trabalho as mulheres são  ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas pelas lesões por esforço repetitivo (LER), oito são mulheres.  

Segundo uma pesquisa recente feita pelo Grupo Catho, empresa de recrutamento e seleção de executivos, as mulheres conquistam cargos de direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam lá depois dos 40. No entanto, essas executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus competidores de colarinho e gravata. A boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem caindo rapidamente. Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham currículos menos robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em futuro próximo. 

Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento masculino. Em 2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas também necessidade. Em 1991, 18% das famílias eram chefiadas por mulheres. Segundo o Censo, essa parcela subiu para 25%. Das 10,1 milhões de vagas de trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase 7 milhões acabaram preenchidas por mulheres. As pesquisas revelam que quase 30% delas apresentam em seus currículos mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos profissionais masculinos. Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), houve crescimento da taxa de atividade para as mulheres em todas as faixas etárias. A pesquisa revela ainda que no ano passado não ocorreu mudança no perfil etário da População Economicamente Ativa ( PEA) feminina. Em 2001, 30% da PEA feminina correspondiam às mulheres com 40 anos ou mais; 40% àquelas entre 25 e 39 anos; 23% às jovens de 18 a 24 anos; 5% as de 15 a 17 anos; e apenas 1% às que tinham entre 10 e 14 anos.    

As estatísticas apontam que há mais mulheres que homens no Brasil. Mostram também que elas vem conseguindo emprego com mais  facilidade que seus concorrentes do sexo masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que o dos homens. As mulheres sofrem mais do que os homens  com o estresse de uma carreira, pois as pressões do trabalho fora de casa se duplicaram. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o homem e, quando voltam para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao trabalho doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da energia que a mulher tende a dar. Recordo-me de uma palestra de Tom Peters, proferida em 2000.  Perguntaram-lhe: “Se o senhor tivesse uma grande empresa e fosse se Aposentar, o que faria?” Sem tibubear, ele respondeu que contrataria para o mais alto cargo executivo uma mulher dinâmica e inteligente, recrutada em uma boa escola. 

Em seguida, selecionaria 100  jovens talentosos, já  familiarizados com os instrumentos e ambientes da era digital, e os colocaria sob as ordens dessa líder. Segundo ele, essa seria a fórmula ideal para garantir a longevidade da empresa, com elevados padrões de qualidade e competitividade.  Exageros à parte, concordo que a proposta de Peters aponta para modelos corretos de reivindicação das organizações. As  mulheres, sem dúvida, têm se adaptado mais rapidamente a essa realidade competitiva dos novos tempos.